OS MAUS QUE PROMOVEM INOVAÇÕES
Com o trajeto habitual do passageiro, o valor do táxi era padrão. Naquela noite de ruas vazias, o taxista mal-encarado não cumprimentou o passageiro; ao ouvir o destino, iniciou a corrida. A velocidade com que dirigia era impressionante; o passageiro agarrou-se como podia no banco de trás. A viagem tensa tirava a atenção do taxímetro. Ao desembarcar, percebeu que fizera o percurso com a metade do tempo e pelo triplo do preço do valor habitual. Que matemática louca é essa? Fora vítima do tic-tac, maracutaia de taxistas desonestos, que se valem da distração dos passageiros (por isso a velocidade exacerbada) para
alterar o valor do taxímetro manualmente.
Dentre muitos taxistas honrados, trabalhadores dedicados, os maus taxistas criaram a demanda por um novo sistema de mobilidade. São os maus os que mais divulgam os serviços de Uber. E esse fenômeno é um alerta para qualquer segmento. Os maus serviços e produtos são os maiores promovedores de necessidades e, em consequência, de demandas por inovações.