A REJEIÇÃO AO MUNDO POLÍTICO
O político astuto do interior fluminense caminhava pelo centro de um distrito no interior do município, sua base eleitoral. Ao avistar o pipoqueiro que marcava presença diariamente na praça central, foi cumprimentá-lo. O pipoqueiro, com grande agressividade, disse que não pegaria na mão de bandido. O deputado, fitando-lhe os olhos, aproximou-se ainda mais, agarrou a mão do pipoqueiro dizendo: “mas eu pego”! O pipoqueiro tentava desesperadamente soltar sua mão, que era segurada com firmeza.
Muitos eleitores assumem o discurso padrão de condenar todos os políticos. Sobretudo nas redes sociais. Embora seja moda a afirmação de que não votará em ninguém – o que de fato poderá produzir expressivos índices de votação nula e abstenções -, o eleitor acaba refletindo sobre a importância de fazer uma boa escolha.
Os denunciados e envolvidos em grandes escândalos terão significativas dificuldades eleitorais. Mas o eleitor está disposto a perdoar o que considera deslizes menores do que os benefícios que se produziram. Sorte dos que não cometeram deslizes! Se usarem de habilidades comunicativas, poderão receber boa medida de votos, sacudida e transbordante, como aquela dos pipoqueiros generosos.