IMPORTÂNCIA DOS DADOS CENSITÁRIOS PARA QUALQUER PLANEJAMENTO
Ao entrar na sala do apartamento, em um bairro nobre de uma importante Capital, o conhecido clima de campanha política não estava presente. O grupo de notáveis da cultura, cinema, literatura aguardava as minhas considerações sobre a campanha ao Senado. O candidato, figura extraordinária da história política brasileira, lançou o tema principal da reunião: “Queremos o voto da ‘norma culta’. É com ele que venceremos!”. Fazia referência aos eleitores altamente escolarizados e apreciadores da boa performance linguística – apostava nos efeitos da qualidade de seus textos e discursos. Lançado o desafio, os notáveis que compunham o núcleo de pensamento daquela pré-campanha dirigiram a atenção para o parecer inicial. Com base nos microdados do IBGE, fui direto ao ponto: “o grupo escolhido como público-alvo representa um contingente eleitoral reduzido. Para a eleição ao Senado, será preciso alcançar outros segmentos”. A campanha seguiu, sem votação expressiva, mas com uma experiência marcante na convivência com aqueles notáveis.
Os objetivos devem ser alinhados com os públicos que se deseja alcançar. Muitos planejamentos projetam metas sem considerar as possibilidades de execução, as identidades e tamanhos dos públicos. O primeiro passo de um planejamento eficaz para alcance de pessoas, votos, vendas, adesão sempre será uma boa leitura dos dados censitários do IBGE.